À parte de qualquer ensino académico especializado, Norberto edificou o seu trajecto através de uma aprendizagem riquíssima e independente, tanto individual quanto generosa e comunal, por uma vasta panóplia de música.

Ao longo dos anos tem colaborado com artistas como os München, Chullage ou Lula Pena, para além de ser co-fundador dos projectos Norman, Colectivo Páscoa e Tigrala.

Já partilhou palcos ou digressões com variadíssimos músicos internacionais, como é o caso de Lhasa de Sela, Devendra Banhart, Larkin Grimm, Naná Vasconcelos ou Rhys Chatham.

Neste último mês de Maio (2010) tocou numa série de datas pela Europa, recebendo elogios da boca de Fred Frith (que o viu em Brest) ou dos Zu. É versado em várias guitarras, com particular dedicação nos últimos anos à acústica e, mais recentemente, à tambura, o seu principal instrumento nos Tigrala. O distinto exemplar que possui foi feito à mão e oferecido de surpresa por um admirador seu na Dinamarca. Editou a solo “Mudar de Bina” (2007) e “Pata Lenta” (2009).

Ao longo de 2017, Norberto Lobo esteve em residência artística na Galeria Zé dos Bois com Ricardo Jacinto (violoncelo), Marco Franco (bateria) e Yaw Tembe (trompete) a desenvolver o que se tornou o seu mais recente álbum, “Estrela”. A receita em quarteto é uma solução que traz uma vida nova à música de Norberto Lobo, permitindo que as suas ideias se soltem e transpirem uma curiosidade revitalizada com uma requintada aproximação ao muzak, via o bebop que saltou para a década de 1950, um Ennio Morricone clássico ou John Zorn na sua formação The Dreamers enriquecido pela bossa nova.