Sara Tavares deu-se a conhecer em 1994, quando aos 16 anos vence o famoso concurso Chuva de Estrelas, interpretando a ícone Whitney Houston. Nesse ano, vence também o Festival da Canção, sendo até agora a única mulher negra a vencer o festival. Sara Tavares foi sempre luz e poesia, referência e um guia desse outro futuro que tínhamos urgência em construir.
O seu percurso discográfico, começa com o seu disco de estreia “Sara Tavares & Shout”, em 1996, num resgate da cena gospel de que se considerava herdeira. O disco “Mi Ma Bô”, foi Disco de Ouro no ano 2000 e fez com que Sara Tavares recebesse o Globo de Ouro para Melhor Intérprete. Tinha 22 anos e foi a primeira mulher negra a vencer a categoria, abrindo um espaço de reconhecimento, representatividade e visibilidade determinante para as gerações que se seguiram.
Foi de todos os encontros, nutridos pelas viagens de Mi Ma Bô pelo mundo, que surgiu Balancê, o terceiro álbum, editado pela holandesa World Conncetion. O álbum haveria de chegar a Disco de Platina em Portugal, tendo Sara Tavares sido nomeada para a categoria de Artista Revelação nos World Music Awards da BBC Radio.
Foi também esse percurso que desaguou em Fitxadu, editado em 2017, inegavelmente um dos mais importantes, inovadores e influentes álbuns da música portuguesa contemporânea. O disco nasceu espontaneamente, longe da expectativa da indústria e dos fãs. Sara estava cansada, procurou o seu tempo e a liberdade dos encontros, das relações e das viagens onde nasceria nova poesia, sons, imagens e narrativas.
Sara cresceu na Margem Sul, onde desde nova se cruzava com os pioneiros do hip hop, desde logo os Black Company, Family ou com os Da Weasel. Também dessa herança se fez um álbum que sintetizou uma sonoridade determinante para a história que seguiria, fundindo sons, imagens e poéticas em busca das histórias que falava narrar. Foi nomeada para um Grammy Latino, escutada pelo mundo fora e determinante para a geração de músicos que se seguiria.
Sara foi sempre uma colaboradora, trabalhando ao longo dos anos com nomes tão diferentes como Júlio Pereira, Slow J, Moullinex, António Chainho, Branko, Paulo Flores, Rui Veloso, Fogo Fogo, Ala dos Namorados, Silk Nobre, Ivan Lins, Conductor, Dotorado Pro, Aline Frazão, Boy Gé Mendes, Luiz Caracol Bilan, entre tantas e tantos outros.
Em novembro 2023, a cantora e compositora faleceu devido a um tumor no cérebro que teria sido diagnosticado à cerda de uma década.
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